segunda-feira, 26 de maio de 2008

Na cabana da Bruxa Caolha de Manskaoosin

Fragmentos de pensamentos pouco pensados jazem caídos no chão, pesados, respirando com dificuldade.
Alguma coisa que deveria ter sido dita e não foi se encolhe tímida em um canto escuro da sala.
Situações que deveriam ter acontecido e não aconteceram fumam cachimbo, cabisbaixas, sentadas no sofá.
Outras tantas que realmente aconteceram espiam de olhos arregalados através da janela dos fundos.
Várias coisas que não deveriam ter sido feitas, mas foram, tomam sua segunda garrafa de uísque barato enquanto jogam truco na mesa da cozinha.
Idéias desligadas permanecem penduradas na parede, sem bateria.
Sentidos sem-sentido batem-se uns aos outros e chocam-se nas paredes, escorridos, intensos, fugazes, perdidos.
Uma impetuosidade inconseqüente brinca despreocupadamente com o fogo da lareira.
Uma força de vontade fraqueja na tentativa de abrir a porta que dá para a rua.
Uma garota de cabelos roxos observa a cena, de fora, e, após alguns minutos, decide ser mais sadio tomar uma xícara de café e deixar que isso tudo se resolva da forma como quiser se resolver.


"Faz parte do meu show"

Um comentário:

Tati Leutwiler disse...

Só me perguntando que tipo de fenômeno (sobre)natural terá se passado por Manskaoosin para deixar tal rastro de caos?

Céus, acho melhor instaurar um departamento meteorológico a fim de prever estes fenômenos imprevisíveis.