*Chega, tira o pó, espanta algumas baratas e besouros que jogavam xadrez e tomavam café, pede reintegração de posse da família aracnídea que a esta altura já havia construído ilegalmente uma megalópole em teias pelo blog, senta-se em uma almofada desbotada e acende um cigarro*
Ai, ai.
Já é ano-novo, mas a inspiração ainda é velha. Continua despreocupadamente caindo na farra e não ligando a mínima para mim.
Ou seja, como sempre, não sei o que escrever.
Sei que quero, que preciso escrever.
Mas não sei o quê.
Palavras, palavras; que são elas se não um amontoado de signos que só dizem de fato alguma coisa para aqueles que sabem decifrá-las?
Ou, talvez, mesmo para esses, não dizem nada.
Se bem que, na verdade, é meio óbvio que palavras não dizem nada, palavras não têm boca. Podem ser ditas, de fato, mas não dizem nada sozinhas. Ou dizem?
Bem, nunca vi uma palavra que tivesse boca.
...
"Raul Seixas comendo peixinho frito"