- Meu - disse um deles - Acho que ela é um daqueles lá.
Fiquei a observar, completamente sem reação, aqueles peculiares seres de olhos grandes e rostos compridos, sem ter a mínima idéia do que diabos aquilo queria dizer.
Por que cargas d’água o Zé sempre some nessas horas?
- Sóóóó... – falou o do moicano verde, cujo nome, pelo que estava escrito em sua camiseta, devia ser Zod – E agora? – continuou, bebendo um longo gole do líquido da garrafa azul.
- Hum... ah... – comecei – Er... Oi, eu... é... sou a Carol, e... hã...
- Tá vendo! – exclamou Bob, o que usava um boné de beisebol – É aquela lá!!
- Sabemos quem você é – disse Tod, o dos óculos de aro preto.
- Ah! – falei – Vocês sabem quem eu sou... – repeti, tentando compreender alguma coisa além do fato de que eu estava mais perdida do que um historiador fefelechento na Daslu. Talvez se me oferecessem uma Heineken, ou um gole daquela garrafa azul...
- Opa, pegue uma Heineken, Carol – disse Tod, entregando-me uma lata – Talvez ela ajude a pôr os pensamentos em ordem.
Ai, caramba! Eles lêem os meus pensamentos?! O Zé bem que me avisou dos chapéus de alumínio; quem mandou ser tão esquecida, Carolina!?!
- Ih, relaxa, moça; só lemos os pensamentos que você nos permite ler – disse Tod acendendo um cigarro preto – E o chapéu de alumínio do seu amigo Zé de nada iria adiantar, de qualquer forma.
Abri a latinha e tomei um longo gole.
Utilizando um método antigo e prático de Oclumancia, método este passado de geração para geração na Antiga Civilização de Bähbd e que o Zé, sabe Zeus como, aprendeu e me ensinou há algum tempo para que meus pensamentos não fossem ouvidos por cabeças alheias, pus-me a conjecturar:
Quem seriam esses caras?
Quem seriam os “aqueles lá” dos quais eu fazia parte?
Que maldito lugar era aquele?
Aonde o Zé teria se enfiado?
O que haveria naquela garrafa azul?
Que horas seriam agora?
Por que as joaninhas vermelhas com bolinhas pretas estão desaparecendo?
Quem seriam os sacanas que ficam brincando com o destino da humanidade?
*Clique!*
- Os Sacanas que ficam brincando com o destino da Humanidade! – exclamei de repente, virando o resto da cerveja goela a baixo e encarando-os.
- Quem? – disse Zod.
- Vocês! – eu disse, pegando outra Heineken e bebendo quase tudo em um gole só – Vocês são os caras que daqui de cima controlam a humanidade toda lá em baixo e ficam se divertindo às nossas custas!!
- Humanidade! – disse Bob, empolgado – Eu sabia que esse nome ia pegar!
- Hum, pelo jeito ela sabe mais do que a gente imaginava – disse Tod enquanto dava uma longa tragada no cigarro – Sente-se, Carol – continuou, encarando-me – E pegue mais uma Heineken. Acho que temos muito que conversar.
(Continua, de novo... juro que a próxima é o final xD)