A lagartixa permanecia estática no alto da parede.
De sua posição elevada possuía uma visão privilegiada do recinto.
Observava atenta o ir e vir daqueles seres enormes, desengonçados e de difícil compreenção.
Eles estavam sempre por ali, por lá, por todos os lugares. Era impossível ir à qualquer lugar sem encontrar pelo menos um deles, nem que fossem daqueles menorzinhos com cara de bolacha que ela imaginava que fossem os filhotes.
Isso se aqueles seres realmente fossem bichos que pudessem ter filhotes.
Porque se fossem mesmo bichos, eram bichos tão... tão inúteis!
Os outros bichos dos quais ela tinha conhecimento pelo menos serviam para alguma coisa na grande cadeia alimentar do ciclo da natureza.
Agora, aqueles lá...
Eles apareciam, iam, vinham, faziam, aconteciam, desapareciam e não serviam pra nada.
Ela nunca havia realmente conseguido entender qual era o objetivo da existência daqueles seres tão grandes, tão desengonçados e tão sem-graça.
Vai ver que eles...
Observou então uma barata muito gorda e com aparência muito apetitosa.
Sem pensar duas vezes, resolveu deixar essas pseudo-filosofias de lado preparar-se para exercer mais uma vez o seu papel na cadeia alimentar.
"Fantasiando um segredo, o ponto onde quer chegar"
quinta-feira, 26 de junho de 2008
terça-feira, 17 de junho de 2008
Thing Think Thin
Estava calmamente mascando um chiclete de pensamentos abstratos quando alguma coisa lhe chamou a antenção.
Não saberia dizer exatamente o que era, só que era alguma coisa, e que era muito chamativa.
Olhou em volta.
Elefantes dançavam balé em um lago congelado, um grupo de cigarras reivindicava seus direitos trabalhistas em frente a um bolo de desaniversário, duas libélulas amarelas perguntavam-se por quê em inglês chamavam-se Dragonfly.
Que diabos seria aquilo que lhe chamara a atenção?
Balançou a cabeça e sentou-se num nevermind acolchoado.
Uma daquelas lagartas listradas que esperam um dia virar borboletas e te queimam se você for burro - ou teimoso - o suficiente para tocá-las rastejou em sua direção.
Um estalo de compreensão ocasionou um terremoto tímido, e ela percebeu.
Fora exatamente aquilo que lhe chamara a atenção.
(Só lhe resta agora descobrir se aquela é mesmo uma lagarta listrada ou se é só mais uma vez a sua visão regida pela Lua fazendo tudo parecer mais psicodélico)
"I know I was born and I know that I'll die, the in between is mine"
Não saberia dizer exatamente o que era, só que era alguma coisa, e que era muito chamativa.
Olhou em volta.
Elefantes dançavam balé em um lago congelado, um grupo de cigarras reivindicava seus direitos trabalhistas em frente a um bolo de desaniversário, duas libélulas amarelas perguntavam-se por quê em inglês chamavam-se Dragonfly.
Que diabos seria aquilo que lhe chamara a atenção?
Balançou a cabeça e sentou-se num nevermind acolchoado.
Uma daquelas lagartas listradas que esperam um dia virar borboletas e te queimam se você for burro - ou teimoso - o suficiente para tocá-las rastejou em sua direção.
Um estalo de compreensão ocasionou um terremoto tímido, e ela percebeu.
Fora exatamente aquilo que lhe chamara a atenção.
(Só lhe resta agora descobrir se aquela é mesmo uma lagarta listrada ou se é só mais uma vez a sua visão regida pela Lua fazendo tudo parecer mais psicodélico)
"I know I was born and I know that I'll die, the in between is mine"
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sábado, 14 de junho de 2008
Diálogo
- Tô de saco cheio.
- Saco cheio de quê?
- Hum. Sabe que eu não sei? Espera que eu vou olhar.
- Vá pela sombra! Os Zepelins estão atarefados, hoje.
*Alguns minutos depois*
- E aí, descobriu?
- Sim, sim! Tô de saco cheinho de bolinhas de gude cor-de-laranja.
- Puxa, maneiro, né?
- Na verdade não.
- Imaginei. As verdes-limão são bem mais cheirosas.
- É.
- Vamos fazer alguma coisa pra passar o tempo?
- Pra quê? Ele vai passar, independente da gente fazer ounão alguma coisa.
- Ah, mas quando estamos fazendo alguma coisa ele parece que passa mais rápido.
- Você acha isso legal?
- Como assim?
- Que o tempo passe mais rápido?
- É...
- Você quer morrer mais rápido?
- Na verdade eu gostaria de não pensar sobre isso.
- Sabe, eu também. Vamos beber alguma coisa bem alcoólica?
- Ah, é claro! Os guarda-chuvas cintilantes estão muito convidativos, hoje.
- Saco cheio de quê?
- Hum. Sabe que eu não sei? Espera que eu vou olhar.
- Vá pela sombra! Os Zepelins estão atarefados, hoje.
*Alguns minutos depois*
- E aí, descobriu?
- Sim, sim! Tô de saco cheinho de bolinhas de gude cor-de-laranja.
- Puxa, maneiro, né?
- Na verdade não.
- Imaginei. As verdes-limão são bem mais cheirosas.
- É.
- Vamos fazer alguma coisa pra passar o tempo?
- Pra quê? Ele vai passar, independente da gente fazer ounão alguma coisa.
- Ah, mas quando estamos fazendo alguma coisa ele parece que passa mais rápido.
- Você acha isso legal?
- Como assim?
- Que o tempo passe mais rápido?
- É...
- Você quer morrer mais rápido?
- Na verdade eu gostaria de não pensar sobre isso.
- Sabe, eu também. Vamos beber alguma coisa bem alcoólica?
- Ah, é claro! Os guarda-chuvas cintilantes estão muito convidativos, hoje.
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quinta-feira, 5 de junho de 2008
Sobre aquilo que eu queria muito escrever mas não sei o que é
Ah, que horror.
Tem coisa pior do que querer escrever, mas não ter inspiração?
Bem, até tem; mas no momento...
As palavras estão ali; vejo-as dançando conga com macacos vestidos de bailarinas e voando nas costas de besouros verdes encapuzados.
Mas, por Zeus, não consigo escrevê-las!
Hum.
Eu estou escrevendo, agora; é verdade.
E isso são palavras, não são?
São; com certeza são.
Ah, que ótimo, estou escrevendo!
Bem.
Na verdade não são as palavras que eu queria escrever.
Não são aquelas, lá, que dançam e voam, sabe?
Não, são outras, completamente diferentes.
São mais... menos.
Entende?
Não?
Ah, que coisa.
Eu também não.
"Oh, Lord, won't you buy me a Mercedez-Benz?"
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